quinta-feira, 10 de março de 2011

A Libélula e Eu




A Libélula e eu

Ela entrou quando eu entrava
Eu pela porta
Ela pelos espaços da janela.

Eu me senti dona daquele pequeno espaço.
Ela se sentia fora daquele grande pedaço.
Para mim era tudo que queria.
Para ela nunca esperava se achar ali.

Eu me sentia livre.
Ela se encontrava presa.
Eu consciente.
Ela empurrada pelo vento.

Eu inquieta com minhas lutas interiores.
Ela se debatendo com as barreiras exteriores.
Eu me fechei para abrir espaços.
Ela resistia naquele espaço querendo abrir.

Eu sem asa querendo alçar vôo.
Ela com asas sem poder voar.
Eu buscava “entrar”.
Ela tentava sair.

Eu desejando “luz”.
Ela diante da luz queria escapar.
Eu em paz.
Ela agitada.

Eu em silêncio pensando nela.
Ela batendo as asas me interrompendo.
Eu com jeito ajudei-a sair.
Ela saindo ficou sem jeito.

Eu iludida pensei te-la salvo.
Ela, não sei como, veio me procurar.
Eu intrigada com ela: de novo ?
Ela se virou para mim.

Será a mesma? Pensei eu.
Na mesma situação se debatia ela, não na vidraça do quarto
Mas contra a parede do corredor.

Eu meditava.
Enquanto ela encerrava sua existência.
Eu a encontrei sem vida
E ela me ensinava a Viver?

Coincidência? Acaso ?
Libélula,
O que me disseste tu ?


Maria José Rios de Souza
Fortaleza, 2 de junho de 2008.

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